quinta-feira, abril 20, 2006

Desisti...



Desisti, Finalmente Desisti, Sem saber o que é desistir
Assim como não sei o que é deitar cedo, adormeci
Cai no copo vazio, Sem saber o que é cair E cai
Sem saber o que é partir, Parti
Esvaziei o que continha por dentro e Sem dinheiro comprei
Comprei tabaco talvez, Para sem saber fumar, Fumei
Fumei, para sem saber ficar com ele para nada e aceitar nada
Desisti… não sei o que é desistir
Mas por hoje desisti…

sábado, abril 08, 2006

Magoando




Pela noite dentro, acendo rastilhos de pólvora
incendeio caminhos, mundos, turbilhões
termino começos, mato o tempo, estrangulo a hora
rasgo ventos, enforco vidas, corações.

Pela noite fora, queimo lamentos, perdições
estalo tormentos, avivo tristezas
afogo lágrimas, piso recordações
magoo consciências, destruo belezas.

Pela noite dentro, abro feridas
derramo sangue até a veia cessar
dispo peles até às carnes mais sentidas
faço sofrer, desfalecer, desmaiar.•

Pela noite fora, activo chamas perdidas
junto-as numa só, para matar tentações
flamejantes, diabólicas mas contidas
atacam na calada, provocam explosões

É pela noite dentro, que me tento magoar
esconder por um véu de maldição
Procuro fingir que não sei amar
esqueço que tenho vida, um coração

É pela noite fora, que me confundo
visto uma capa de maléfica serpente
para afugentar, culpar o mundo
por ter perdido o teu amor para sempre.

Imerso Nome
















Imerso Nome

Tu que te chamas nome
E dás nome ao que já tem nome
Teu nome é submissão.
Vives como escravo subserviente
Teu pecado é não dizer não.

Encaixas tudo dentro de nada
Não tens piedade do que é verdadeiro
És luz exaustiva
Iluminas quem não vê por inteiro
És água permissiva.

Tu que nome dás ao nome
Não vives, morres por dentro
Vais torturando a verdade até que
o limite sufoque o teu imerso centro.

Tu que te dás por tudo
Não és nada…
És somente veste imunda
Coberta de palavras sujas
Pólvora seca
Criação canibalesca.

Tu que te dás por tudo
Tenho pena de ti…
Baptizas com lágrimas
A imitação do ouro.
És gel e brilhantina
Mulher e Homem
Pó de arroz e plasticina.

Tu que por nome te dás
Não és mais do que espelho de neblina...