Aprendi
Que fazer com os dedos gastos
Quando o papel já nem absorve a tinta?
Que fazer com instrumentos vastos
Se esta velha boca por si já é sucinta?
Estou só entre o pó do tempo
Mas não lhe peço que me canonize
Tenho armaduras dóceis que me pacificam
Não preciso de orgulho que me martirize.
Sei arrastar-me pelo chão suavemente
Mesmo que as pedras me esfolem a pele
Aprendi que esta sensação não mente
Mesmo que a dor em ferida sele.
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