sábado, outubro 14, 2006

Three Days Grace

sexta-feira, outubro 13, 2006

Interminável



Silêncio
Onde tudo começa e acaba
Uma vez, outra vez
De todas as estrelas por contar
Em que o sorriso te fez
Interminável história de encantar

E o círculo nunca se fecha
É uma linha elástica sem potência para se romper
E tudo fica para nunca terminar a obra
Tudo fica para jamais inverter a manobra
Assim é o meu viver

Hoje mais uma vez o prato virou
E porque novamente foi colocado na mesa
Certa vez igual a certa vez de outrora
Quando tudo dormia
Por se acordar um dia
Mas nada lavrará o desígnio traçado a cada hora

Porque com o teu aroma tudo volta à mesma rua
Onde não há sol nem lua
E tudo morre em sonhos que choram
Desejos que se calam porque nunca foram
São.
Coração
Inflamado em tesouro
Sem canto de sereia
Porque o céu não deu voz
Escorreu-se o sangue da veia
Murmúrio de ficarmos sós.

Silêncio
É onde tudo começa e acaba
Interminável estrada que não corre
Onde tu te desfazes e o sorriso morre…

Morre e morre e morre...
Quantas vezes terá ele de morrer?

domingo, outubro 08, 2006

Aprendi



Que fazer com os dedos gastos
Quando o papel já nem absorve a tinta?
Que fazer com instrumentos vastos
Se esta velha boca por si já é sucinta?

Estou só entre o pó do tempo
Mas não lhe peço que me canonize
Tenho armaduras dóceis que me pacificam
Não preciso de orgulho que me martirize.

Sei arrastar-me pelo chão suavemente
Mesmo que as pedras me esfolem a pele
Aprendi que esta sensação não mente
Mesmo que a dor em ferida sele.

Pela rua afora ...




Em chamas me envolveste um dia
Como se fosses lareira em dia de Inverno
E tudo em tua volta se fazia
Luz de sol efervescente em doce terno.

Sempre criei, sempre abusei
Pegando aqui e ali em peças coladas na hora
Mas a ti nem teu olhar recortei
Porque logo tudo correu pela rua afora.

Esse vento rolou calçada adiante
E de pedra em pedra foi alcançando a minha vida
Para jamais se perder o suspiro nesse instante
Quando a lua a ti ficou unida.

Pelas leis incontroláveis do que afagou
Prendeu-me a uma nuvem que não voa
Que a natureza, filha de Um Pai que a criou
Jamais apagará essa voz que em mim entoa.

E assim, por aqui continuarei a desfolhar
Sem querer desfazer as folhas dessa seca flor
Que nessa noite sentiu teu toque de encantar
E me prendeu mais do que a uma vulgar dor

Prendeu meu olhar para sempre a essa estrada
Que me levou até ao retorno desta confusão
Que doces desvios de tua face envergonhada
Deixaram meus beijos envolver-te em paixão.

E revendo-te na lua, lembro-me agora:
Naquela noite, em silêncio, pedi para mim
- Que desses sorrisos que corriam pela rua afora,
“Essa estrada não tivesse dito um fim”.