Luz que brilhas tão distante...
“Luz que brilhas tão distante, desejava que estivesses comigo…
Um dia descobri quem eras, e no entanto já vivia. É irónico porque só vivia porque também viveste. Foste um dia vida, antes da minha vida. Foste tu, alguém.
Era já tarde e tudo parecia tão incompreensível. A suavidade dos teus cabelos eu já a sentia, mesmo antes de me dizerem que tinhas cabelos suaves. Sentia nos meus. E esse vazio que amplia o branco e diminui a luz do meu olhar, o olhar que fixa e absorve, o olhar que divaga e nada vê, o olhar que beija o céu e o mar num dia de sombras, o olhar que se ilumina com a noite, no silêncio quando tudo morre por um instante, é de ti, eu sei. Vens dizer-me baixinho pelo vento, quando os meus cabelos rodopiam e tocam na minha pele como abraços. Eras tu, eu sei. Quando as estrelas brilham e as árvores baloiçam palavras na brisa de Verão. A luz é vida. A vida que preciso para continuar a ter vida em mim. E a brisa mais uma vez beija a face, e os meus cabelos perfumam todo o meu corpo e devolvo esse abraço. Ergo a cabeça à luz da escuridão e navego contra a maré. Posso não ter remos mas tenho fé. Fé em ti.”
(ao meu anjo da guarda)
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