Ausência
Desta proa onde me sento
alta e forte como a crença
estico a mão, sopro o vento
e nem sinal da tua presença…
No enlace das tuas mãos, da porta
grisalha do teu corpo, da clemência,
do olhar cego, da face fria e morta
de repouso, do vazio, da ausência...
Deste céu em que o mar reflecte
as ondas calmas trespassam agitação
Será de ti que a proa estremece
ou será de mim por esperar em vão?
E no limiar da voz...
Caiem-te palavras frias da boca,
arremessando o brilho da noite veloz.
Do pálido silêncio da tua alma oca,
que foi feito de ti... que foi feito de nós!
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