quinta-feira, dezembro 15, 2005

"Eu que que detestava o teu nome..."



“Levantou Débora do sofá e arrastou-a consigo para o seu quarto. Foram coscuvilhar sobre algo muito interessante a contar pela motivação que demonstravam. Eu pouco liguei. Na minha mente apenas habitava uma questão: Porquê agora este calor no peito quando tudo à minha volta me gela? Não faz sentido. Talvez seja aqui que reside a resposta para a sensação de confusão. “Não fazer sentido.” E não faz qualquer sentido. Quer dizer, eu não posso afirmar propriamente que vivo rodeada de sentido por todos os lados. De facto, ando constantemente à sua procura apesar de sempre esperar que nada faça qualquer sentido. Mas, desta vez, o sentido apanhou-me desprevenida. É um não fazer sentido que faz todo o sentido. Ò céus que confusão! Eu deveria estar de rastos. O gelo de meu pai tinha sido o bastante para me congelar o corpo por um mês. Quiçá para um ano. Quiçá para sempre. Mas e depois apareceu Rodrigo. Ò Rodrigo, que fizeste tu comigo? Eu que detestava o teu nome, Rodrigo. Rodrigo, Rodrigo, Rodrigo. Porque não paro de dizer Rodrigo?” (in "Fez-se Silêncio" by Me)