quinta-feira, janeiro 19, 2006

Vermes


Vermes de crucificação
Vermes opulentos
Vermes pútridos
Vermes que vêm e não vão
Para que me querem?
Sou apenas uma condenada
A encruzilhadas que vão dar ao abismo.
Porque não um eufemismo?
Loucuras travadas nos lençóis
Procuras perdidas nos raios de sol
Porque não um girassol?
Queria mais manto de cetim,
Mais deserto negro
Queria chegar à luz das estrelas
Porque não com areia matar a sede?
Não quero corpos
Não quero ver peles
Quero sangue
O sangue que se espalha no vazio
O ar que deixa a um canto
Alma?
Silêncio
Vermes para que ma querem?
Silêncio
Ò não! Estou perdida para sempre
Não tenho ida nem volta
Apenas a vossa viagem
Apenas a nossa trindade
E estou perdida
Não sinto o sangue a correr
Nada em mim se espalha
Porque nada em mim tem sangue
Nem mesmo pró que valha.
Silêncio